"As grutas de Fingal" de Mendelssohn
Já deve ter reparado, caro leitor, que a sua vida ganha sentido ao complementar-se, prolongar-se nos outros, os amigos e mesmo desconhecidos com quem se cruza no dia-a-dia. Já Heráclito de Éfeso nos ensinara que uma pessoa não é a mesma em dois momentos diferentes, apesar de continuar a ter o mesmo nome. Isto porque são sempre diferentes as águas de um rio que banham as margens, como também a vida que corre em nós em cada momento que passa.
Sabe que não é matéria inerte, insensível. Está povoado por memórias emocionais e cognitivas, e tem passado, presente, futuro.
Ao ler estas folhas, o leitor convive com o seu espaço interior, revisita-se e restaura a imagem de si próprio e das pessoas que o habitam. Está também a purgar as contradições, exorcizar os demónios que o consomem. E, progressivamente, abdica de ajustar contas com quem quer que seja e com a vida ao relativizar os desejos à sua escala e condição humana, em vez de perseguir o Absoluto. O Absoluto é uma abstracção, não existe. Quando muito é um lugar que ainda não existe, uma utopia.
Sabe que não é matéria inerte, insensível. Está povoado por memórias emocionais e cognitivas, e tem passado, presente, futuro.
Ao ler estas folhas, o leitor convive com o seu espaço interior, revisita-se e restaura a imagem de si próprio e das pessoas que o habitam. Está também a purgar as contradições, exorcizar os demónios que o consomem. E, progressivamente, abdica de ajustar contas com quem quer que seja e com a vida ao relativizar os desejos à sua escala e condição humana, em vez de perseguir o Absoluto. O Absoluto é uma abstracção, não existe. Quando muito é um lugar que ainda não existe, uma utopia.
Todos transportamos contradições entre o que pensamos e o que sentimos, entre as ideias e o afecto subjacente. E a única solução é reconciliarmo-nos connosco, com os outros, com a vida.
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