Bem-vindos


a este vosso novo Blog, tratem-no bem ou mal conforme merecer, mas por favor reajam, participem. Iniciá-lo-emos com a publicação de excertos de um manuscrito original já publicado na Zéfiro editora:

MEMÓRIAS DE UM PSICANALISTA
José Carlos DIAS CORDEIRO


Deixe-me dizer-lhe o que alguém me confidenciou:

... eu tenho tudo na vida mas falta-me a alegria e a paixão de viver.


que pedras terei de mover no tabuleiro do meu dia-a-dia para conseguir surpreender-me de novo, reconciliar-me comigo, com os outros e viver?


Esta é uma questão que o leitor aprenderá a responder. E fá-lo-á com a ajuda de um jovem fascinado pela vida e de seu avô, um psicanalista interessado em escutar palavras, silêncios, dúvidas que todos temos.

Este livro vive de duas experiências:

  • as memórias de um psicanalista

  • a volúpia, única, de pessoas como você conseguirem resgatar-se do fundo de si mesmas e renascerem para a VIDA.

14 setembro 2009

43. Dilacerante ambivalência


"Bohéme 03" de Pucinni

Recorda-se que, apesar da imensa alegria de ver os bebés fora de si, se sentiu mais vazia por dentro. Foram para si, como para todas as mulheres, momentos de grande contradição: confrontar-se com a dilacerante ambivalência entre o desejo de cumprir a sua missão de mãe separando-se de suas filhas e o desejo regressivo de mantê-las fundidas em si.

Dizer-me que não consegue falar, é como se receasse soltar-se. O que acontece é que tem estado formatada, pela educação, os hábitos, e tem dificuldade em soltar a criatividade. O pensamento é uma trave estruturante, mas não é a força motriz da vida. É no afecto, na auto-estima que pode reencontrar o desejo de viver em paz, consigo e com os outros. Planando acima da turbulência e das nuvens, como quando esquia ao sol.

Recorda-se que, quando lhe perguntava se merecia ter uma vida boa, dizia-me sempre que não mas hoje já vai respondendo, sorridente, que merece.

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