Bem-vindos


a este vosso novo Blog, tratem-no bem ou mal conforme merecer, mas por favor reajam, participem. Iniciá-lo-emos com a publicação de excertos de um manuscrito original já publicado na Zéfiro editora:

MEMÓRIAS DE UM PSICANALISTA
José Carlos DIAS CORDEIRO


Deixe-me dizer-lhe o que alguém me confidenciou:

... eu tenho tudo na vida mas falta-me a alegria e a paixão de viver.


que pedras terei de mover no tabuleiro do meu dia-a-dia para conseguir surpreender-me de novo, reconciliar-me comigo, com os outros e viver?


Esta é uma questão que o leitor aprenderá a responder. E fá-lo-á com a ajuda de um jovem fascinado pela vida e de seu avô, um psicanalista interessado em escutar palavras, silêncios, dúvidas que todos temos.

Este livro vive de duas experiências:

  • as memórias de um psicanalista

  • a volúpia, única, de pessoas como você conseguirem resgatar-se do fundo de si mesmas e renascerem para a VIDA.

17 setembro 2009

44. Caça às bruxas



"Concerto nº4 , Branderberg" de Bach

O cinema deu-nos exemplos de Cavaleiros da Liberdade. É o caso do Testa de Ferro, de Martin Ritt, protagonizado por Woody Allen e, sobretudo, de Spartacus, produzido e interpretado por Kirk Douglas. Como te lembrarás Spartacus é um gladiador vencedor que teve a seus pés, à sua mercê, outro homem, tão escravo como ele. Em vez de o trespassar, Spartacus volta-se para a tribuna e joga a lança contra o imperador, o verdadeiro inimigo de todos os escravos.


Já agora deixa-me partilhar contigo uma associação livre sobre a verticalidade dos homens, ou a ausência dela. O autor do guião do filme Spartacus, Dalton Trumbo, fazia parte da lista negra de Joseph McCarthy. Kirk Douglas, pergunta, hesitante, a Stanley Kubrik, realizador, como resolver aquele problema. É “simples” responde-lhe Kubrick sem hesitar, “assino eu o guião”. Aqui estão dois homens de estatura moral completamente diferente:


Stanley Kubrik que se oferece sem pestanejar para assinar o guião em substituição do verdadeiro guionista e Kirk Douglas, esse homem de três metros de altura, que não hesitou em inscrever na ficha técnica do filme o nome do verdadeiro autor do guião e com isso desafiar desassombradamente o fanático e acéfalo establishment macartista (século XX, América do Norte). Dando assim razão ao poeta:



...há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não

(Manuel Alegre)

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