Bem-vindos


a este vosso novo Blog, tratem-no bem ou mal conforme merecer, mas por favor reajam, participem. Iniciá-lo-emos com a publicação de excertos de um manuscrito original já publicado na Zéfiro editora:

MEMÓRIAS DE UM PSICANALISTA
José Carlos DIAS CORDEIRO


Deixe-me dizer-lhe o que alguém me confidenciou:

... eu tenho tudo na vida mas falta-me a alegria e a paixão de viver.


que pedras terei de mover no tabuleiro do meu dia-a-dia para conseguir surpreender-me de novo, reconciliar-me comigo, com os outros e viver?


Esta é uma questão que o leitor aprenderá a responder. E fá-lo-á com a ajuda de um jovem fascinado pela vida e de seu avô, um psicanalista interessado em escutar palavras, silêncios, dúvidas que todos temos.

Este livro vive de duas experiências:

  • as memórias de um psicanalista

  • a volúpia, única, de pessoas como você conseguirem resgatar-se do fundo de si mesmas e renascerem para a VIDA.

16 julho 2009

21. Em busca do tempo perdido




"Peer Gynt" de Edvard Grie (barbara Bonney)

Ao revisitar as suas memórias recordando o bater das ondas do mar nas rochas, na casa da sua infância, está a conviver com o seu passado, cara leitora. Em busca do tempo perdido é a memória de um tempo que passou mas que dá todo o sentido à continuidade histórica do seu percurso. Mesmo que esbatidas, nunca perdemos a memória emocional de experiências passadas.


Não é bom viver no passado, mas estará de acordo que é essencial vivermos, também, do passado. Sem passado, sem memória, é como se não existíssemos. O que acontece é que o passado é feito de alegrias e tristezas, esperança e desalento. Nietzsche ensina-nos que, por mais doloroso que seja, não esquecemos o passado.


É confrontando-se com as suas memórias, re-situando-as nas circunstâncias e no tempo em que aconteceram, que poderá digerir o pão que o diabo amassou. Confrontando-se com as recordações, não renega o passado, mas pode, mesmo que lentamente, redimensioná-lo, distanciando-se e esvaziando as feridas do seu sofrimento. E, sobretudo, poderá perceber que, nas relações afectivas, não há vencedores nem vencidos, não há espólio a saquear, nem troféus a exibir. Tudo foi, é e será sempre, a mais sublime magia do melhor que temos em nós. Só assim poderá aprender com a experiência a libertar o amor que a move e os demónios que a perseguem.

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