"Op.57 Berceuse" de Choupin
Quantas vezes o medo que sentimos não passa de um receio imaginado, e não propriamente um acontecimento que nos traumatizou! Também, quando uma criança é castigada, e não percebe a razão por que o foi, vai, naturalmente, pensar “que partida terei eu feito aos meus pais?” A obsessão de nos redimirmos de pecados impregnada na nossa cultura judaico-cristã leva-nos facilmente a sentir “que mal terei feito eu” popularizado na expressão “que mal fiz eu a Deus?”... É curioso o leitor estar hoje a dizer-me:
Gostava de pôr a render o capital de experiência
que tenho em mim. Mas sinto que se o fizer,
fico um menino crescido, capaz de andar sozinho, pensar.
Fico cheio de medo de perder este útero protector que tenho aqui.
Quando o leitor deixar de necessitar conversar comigo, isso quererá dizer que interiorizou a nossa relação com tudo de bom que tem acontecido. Que saberá conviver com o seu espaço interior, e partilhá-lo. Terá adquirido a capacidade de lidar com os seus afetos, no dia-a-dia. Não se sentirá já sozinho, pode ir-se embora, completo, não fica abandonado, isto é, nem me abandona, nem eu o abandono, separa-se em plenitude total. Porque no seu universo, todo este espaço e este tempo continuará a pertencer-lhe.
Gostava de pôr a render o capital de experiência
que tenho em mim. Mas sinto que se o fizer,
fico um menino crescido, capaz de andar sozinho, pensar.
Fico cheio de medo de perder este útero protector que tenho aqui.
Quando o leitor deixar de necessitar conversar comigo, isso quererá dizer que interiorizou a nossa relação com tudo de bom que tem acontecido. Que saberá conviver com o seu espaço interior, e partilhá-lo. Terá adquirido a capacidade de lidar com os seus afetos, no dia-a-dia. Não se sentirá já sozinho, pode ir-se embora, completo, não fica abandonado, isto é, nem me abandona, nem eu o abandono, separa-se em plenitude total. Porque no seu universo, todo este espaço e este tempo continuará a pertencer-lhe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário