Bem-vindos


a este vosso novo Blog, tratem-no bem ou mal conforme merecer, mas por favor reajam, participem. Iniciá-lo-emos com a publicação de excertos de um manuscrito original já publicado na Zéfiro editora:

MEMÓRIAS DE UM PSICANALISTA
José Carlos DIAS CORDEIRO


Deixe-me dizer-lhe o que alguém me confidenciou:

... eu tenho tudo na vida mas falta-me a alegria e a paixão de viver.


que pedras terei de mover no tabuleiro do meu dia-a-dia para conseguir surpreender-me de novo, reconciliar-me comigo, com os outros e viver?


Esta é uma questão que o leitor aprenderá a responder. E fá-lo-á com a ajuda de um jovem fascinado pela vida e de seu avô, um psicanalista interessado em escutar palavras, silêncios, dúvidas que todos temos.

Este livro vive de duas experiências:

  • as memórias de um psicanalista

  • a volúpia, única, de pessoas como você conseguirem resgatar-se do fundo de si mesmas e renascerem para a VIDA.

03 agosto 2009

26. Ajustar contas com a vida




"Sinfonia nº9 IV" de Beethoven

Saberá por certo que todos quantos alguma vez se sentiram mal-amados, abandonados, excluídos, se arriscam a passar o tempo a ajustar contas com a vida, violentando-se e aos outros.

Como uma vez mais nos ensina John Steinbeck em A Pérola: numa pacífica aldeia de pescadores perdida na memória dos tempos em remotas paragens, como ainda hoje, aqui e agora, uma qualquer pessoa pobre descobre uma pérola de invulgar beleza e inestimável valor. Os pescadores e suas famílias, que sempre partilharam com alegria os riscos e a dureza da vida de pescadores de pérolas, transformam-se em invejosos rivais. Esta insuspeitável violência, entre as famílias e dentro da própria família, só foi resolvida quando o pescador devolve a pérola ao mar, qual exorcismo do mal! E o que é curioso na noção de mimésis, como na belíssima história de Steinbeck, é que aquilo que une pacificamente as pessoas é uma situação que os aproxima a todos, apesar da extrema pobreza e sacrifícios. Na mimésis como n’A Pérola tudo seria diferente se todos tivessem encontrado pérolas gigantes.
Não é, por conseguinte, a mística miserabilista que salva os desgraçados e pobres humanos, mas a igualdade de oportunidades, boas ou menos boas, para todos.

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